Eleições para presidente e o preço do botijão de gás de cozinha
17/10/2014
Uma leitura dos dados nos últimos 12 anos (2002 a 2014), referentes aos valores praticados pela distribuição e revenda de GLP, permite observar a influência das eleições presidenciais na formação de preços do botijão doméstico de 13 kg.
Em 2002, alternância de FHC para Lula, o produto variou 34,32%, na comparação entre o valor médio do botijão ao consumidor em janeiro de 2002 com janeiro de 2003. Na ocasião houve uma remarcação preventiva das distribuidoras que majoraram o preço para a revenda em 42,26% (+ R$ 7,35), enquanto o revendedor aumentou sua margem em 3,14% (+ R$ 0,14).
Novamente, em 2006, ano da reeleição de Lula, há uma alteração mais significativa do botijão de 13 kg, após três anos de estabilidade. O aumento das distribuidoras foi de 5,81% (+ R$ 1,56) e os revendedores acrescentaram 13,14% (+ R$ 0,72) às suas margens, resultando um reajuste ao consumidor de 7,38%.
Em 2010, eleição da presidente Dilma, repete-se os aumentos preventivos do GLP envasado para uso doméstico, como botijão de 13 kg passando de R$ 33,38 para R$ 38,12 (+R$ 12,20%). Esse valor foi fruto do aumento de 7,87% nas distribuidoras e extraordinários 39,46% de reposição na margem dos revendedores.
Daí em diante os ciclos de aumento encurtam e parecem descolar das questões eleitorais nacionais. Em 2012, houve uma pressão altista das distribuidoras, com majoração de 7,86%, enquanto os revendedores elevaram suas margens 7,40%, o que resultou num preço final 3,11% maior ao consumidor.
Em 2013, a variação ao consumidor atingiu 5,78%, em decorrência dos revendedores reajustarem suas margens em 17,73%, enquanto os distribuidores reduziram seus preços em 4,02%.
Para 2014, a previsão é o botijão de 13 kg atingir, até dezembro, o preço médio nacional de R$ 45, valor 6% maior do que o verificado em janeiro. A Inflação nos últimos 12 anos (2002 a 2013), medida pelo IPCA-IBGE, foi de 110,42%, contra 94,42% do preço do botijão, queda real de 8,24%.