TRANSPORTE TRAVA O ABASTECIMENTO DE GÁS DE COZINHA
13/04/2020
Por: José Luiz Rocha - Presidente ABRAGAS
A compra antecipada do Gás de Cozinha pelos consumidores continua dando muita dor de cabeça para o setor de revenda de GLP. Com o anúncio da Pandemia do COVID-19, houve uma corrida às revendas para comprar o botijão de gás, resultou em um atraso na reposição do gás para as revendas e ainda não voltou ao normal.
Com a redução do trafego de veículos houve uma grande queda na venda de combustíveis no país, que acabou atingindo diretamente a produção de GLP na Petrobras. A Petrobras passou a importar mais GLP, para suprir essa demanda inesperada, serão 350 mil toneladas de gás, equivalente a 27,4 milhões de botijões de 13 quilos que irão chegar durante o mês de abril.
Esse volume é suficiente para repor a escassez do gás nas revendas que na maior parte do país estão sem estoques, mas, o transporte não tem ajudado. Os estados que continua em situação crítica de estoques, são os que mais dependem de transportes rodoviários.
Hoje podemos dizer que temos GLP suficiente para atender a necessidade da reposição dos estoques assim como atender os consumidores, mas estamos travados no sistema logístico. O Brasil não tem infraestrutura suficiente para enfrentar alterações bruscas no consumo d e GLP. O país já importava 30% do GLP consumido pelos brasileiros, com a Pandemia do Covid-19 e a redução de consumo de combustíveis esse número poderá inverter, dessa forma entendo que, se medidas urgentes não forem tomadas para mudar a logística continuaremos travados pela ineficiência dos portos brasileiros e do transporte rodoviário de GLP.
É preciso que os navios Gaseiros possam descarregar em mais portos estratégicos pelo brasil para acelerar as entregas de GLP por dutos nas distribuidoras que efetuam o envase dos botijões. Os revendedores e seus colaboradores estão em plena atividade, sem paralizações por conta da Pandemia, mas não tem como garantir o atendimento aos consumidores, por falta de estoques.
Mesmo a Petrobrás entregando a cota comprometida com as distribuidoras, a operação tem sido parcial devido ao recebimento regrado em relação ao consumo atual, mantendo um abastecimento racionado para manter os estoques parciais nas revendas o que não atende a necessidade dos consumidores. O custo operacional das revendas tem aumentado muito especialmente aos que retiram o gás com caminhões próprios, os veículos rodam com cargas reduzidas devido ao racionamento nas distribuidoras.
O Ministério de Minas e Energia e a Agência Nacional de Petróleo –ANP, estão monitorando diariamente o mercado de GLP e estão trabalhando para garantir o abastecimento nacional, mas mesmo com todo os esforços, o produto não tem chegado as revendas devido a precária logística entre a Petrobras e Distribuidoras Pedimos aos consumidores que sejam solidários ao seu próximo e não comprem gás para armazenar, um botijão de gás de 13kg dura em média 42 dias para uma família de 4 pessoas. A corrida por compra botijão de gás sem a devida necessidade, gera especulação de preços e perigo a família quando armazenado de forma inadequada.
É importante que os consumidores saibam que, estamos seguindo para a normalização dos estoques em breve.